Eu, Rui Fernandes, fundador dos Blogues "Escrever sem Segredos", "Redacção do Escrever sem Segredos" e "Escrever sem Segredos Histórias" vai inutilizar por um período de uma semana o último blog referido.
Em causa está o modelo do blog, tem muito texto e poucas imagens, no fundo tenho de tratar o design do Blog.
As novas histórias serão publicadas no Escrever sem Segredos, a nova (ainda em construção) - 12h para a Salvação.
As minhas desculpas pelo incómodo.
Rui Fernandes
domingo, 7 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Compilação, a minha parceria e as regras...
Diana Vanessa Freitas Nogueira, autora do blogue Coração de Amores (Im)Perfeitos, é a minha parceira na compilação "Amor Índico"
Decidimos que cada um vai escrever uma só página e alternadamente, ou seja, eu escrevi a primeira, a Diana escreveu a segunda e assim sucessivamente.
A Diana foi uma pessoa que conheci através do MSN e fiquei agradavelmente surpreendido.
A diferença entre a escrita da Diana e da minha é monumental, a Diana escreve muito bem, eu (não escrevendo mal) mas tenho de me esforçar para chegar ao mesmo patamar da Diana.
Esperamos que esta compilação no fim seja de acordo com as nossas expectativas, até agora está a ser.
Rui Fernandes
Decidimos que cada um vai escrever uma só página e alternadamente, ou seja, eu escrevi a primeira, a Diana escreveu a segunda e assim sucessivamente.
A Diana foi uma pessoa que conheci através do MSN e fiquei agradavelmente surpreendido.
A diferença entre a escrita da Diana e da minha é monumental, a Diana escreve muito bem, eu (não escrevendo mal) mas tenho de me esforçar para chegar ao mesmo patamar da Diana.
Esperamos que esta compilação no fim seja de acordo com as nossas expectativas, até agora está a ser.
Rui Fernandes
2ª página da Compilação "Amor Índico"
Enquanto descia as escadas, Joana sentia no coração o peso de todos os séculos da Índia, como se todos os deuses e presságios lhe houvessem cortado o peito em partes desiguais. No cimo da escadaria, todos os deuses a empurravam para um abismo de amor desconhecido, escrito no alcatrão da rua onde encontrara o indiano dos seus sonhos. Ao mesmo tempo, era como se fosse reencontrar o pedaço solto de uma outra vida, de um outro sonho.
Quando entrou no salão, os olhos severos de beleza indiana penetraram Joana e cortaram-lhe os pensamentos soltos. Os olhos de Indja eram os olhos verdes mais bonitos que já vira, como se todas as folhas de Verão se escondessem neles perante a ameaça leve do Inverno. Quando entrou, Indja sorriu-lhes e Joana retribuiu desconfortável.
- Adil sente-se bem. – Precipitou-se a moça.
Adil. O nome dele ecoou na cabeça de Joana e o mundo perdeu todos os nomes possíveis para se resumir a quatro letras. Adil. E quando pensava no nome dele, era como se uma outra parte de si lhe fosse devolvida.
- Então está bem, o seu irmão?
- Não se lembra de nada. Não se lembra dos dias em que vendia sonhos nas ruas e desconhece as mãos que leu dias e dias a fim. Esqueceu as sinas mais recentes e apagou as mais antigas. Desconhece as linhas das mãos e não sabe mais distinguir o sabor da canela do açúcar. Não sabe sequer os pregões com os quais vendia flores de lótus. É um homem em branco com a memória bloqueada. Apesar disso… Adil lembra-se do amor que sente por si.
Os olhos de Joana abriram-se. Amor? Amor simplesmente de amor?
- Ele estava inconsciente. Não pode lembrar-se de mim. – replicou Joana.
- Os sonhos não adormecem com o corpo. Os sentidos não se apagam nunca e o amor também não. O meu irmão lê destinos que estão escritos em mãos. Há os que estão traçados em ruas. Ele sabe quem és, Joana. E amou-te antes mesmo de o conheceres.
Que homem era aquele afinal? Um amante de sinas que interpretava mãos e descodificava destinos? Que direito tinha ele de a guardar numa história que não existira? Quem, quem era ele para a guardar tão intensamente num peito que ela nunca conhecera e nunca amara antes senão naquela rua?
- Ele amou-te, Joana. – sorriu Indja. – Vendeu-te uma flor de lótus na rua e regressou todos dias só para te ver passar entre as estrangeiras bem vestidas. Ofereceu-te a alma no dia em que te vendeu a flor de lótus naquela mesma rua. Disse que lhe sorriste nesse dia. E todos os dias lia a sina a pessoas comuns na esperança de que um dia pudesse ler a tua. E disse que jamais esqueceria a mulher daquele sorriso.
Joana olhou pela janela. Num momento, perdera o corpo e alma para um desconforto feliz que lhe sabia tristemente a amor. Teria morrido? Nunca sentira o pé tão próximo do abismo. Afinal, era isso o amor, um abismo que devora corpo e alma e deixa apenas o vazio de um mundo parado. Lá fora, as mariposas de Verão rodopiavam na janela e ameaçavam invadir-lhe o corpo em defesa do coração. Joana pensou então que, se o seu coração parasse nesse momento, o mundo continuaria a girar com as suas borboletas coloridas. E o mundo seria exactamente o mesmo sem si, inalterável na sua essência. Quem era, afinal, aquele rapaz que parara o seu mundo numa rua perdida de sentidos?
Silenciosamente, procurou no mistério de Indja as suas respostas. O amor é assim, Indja? Que poderes tem esse teu irmão para levar de mim todos os sentidos e os fazer dele? É assim o amor, Indja? Um monstro de curvas suaves que embala a loucura sem a ver? Os olhos passivos de Indja ofereciam apenas um sorriso mudo de sensações. É isso, Indja?
- Podes ver Adil quando quiseres. Despertou e está ainda no hospital. - Disse-lhe essa.
E quando o disse, Indja voltou as costas para se entregar ao mundo lá fora. O mundo de cores e sabores intensos que não pertenceria nunca a Joana. Quando abriu a porta, o mundo da portuguesinha voltou a mover-se, mas agora a estrela central ganhava nome… Adil. Quando tocou o primeiro degrau, Indja disse-lhe ainda:
- Ele disse que lhe sorriste naquele dia. E disse que jamais esqueceria a mulher de tal sorriso. Pois bem, não esqueceu… Há destinos que estão traçados, Joana.
Quando entrou no salão, os olhos severos de beleza indiana penetraram Joana e cortaram-lhe os pensamentos soltos. Os olhos de Indja eram os olhos verdes mais bonitos que já vira, como se todas as folhas de Verão se escondessem neles perante a ameaça leve do Inverno. Quando entrou, Indja sorriu-lhes e Joana retribuiu desconfortável.
- Adil sente-se bem. – Precipitou-se a moça.
Adil. O nome dele ecoou na cabeça de Joana e o mundo perdeu todos os nomes possíveis para se resumir a quatro letras. Adil. E quando pensava no nome dele, era como se uma outra parte de si lhe fosse devolvida.
- Então está bem, o seu irmão?
- Não se lembra de nada. Não se lembra dos dias em que vendia sonhos nas ruas e desconhece as mãos que leu dias e dias a fim. Esqueceu as sinas mais recentes e apagou as mais antigas. Desconhece as linhas das mãos e não sabe mais distinguir o sabor da canela do açúcar. Não sabe sequer os pregões com os quais vendia flores de lótus. É um homem em branco com a memória bloqueada. Apesar disso… Adil lembra-se do amor que sente por si.
Os olhos de Joana abriram-se. Amor? Amor simplesmente de amor?
- Ele estava inconsciente. Não pode lembrar-se de mim. – replicou Joana.
- Os sonhos não adormecem com o corpo. Os sentidos não se apagam nunca e o amor também não. O meu irmão lê destinos que estão escritos em mãos. Há os que estão traçados em ruas. Ele sabe quem és, Joana. E amou-te antes mesmo de o conheceres.
Que homem era aquele afinal? Um amante de sinas que interpretava mãos e descodificava destinos? Que direito tinha ele de a guardar numa história que não existira? Quem, quem era ele para a guardar tão intensamente num peito que ela nunca conhecera e nunca amara antes senão naquela rua?
- Ele amou-te, Joana. – sorriu Indja. – Vendeu-te uma flor de lótus na rua e regressou todos dias só para te ver passar entre as estrangeiras bem vestidas. Ofereceu-te a alma no dia em que te vendeu a flor de lótus naquela mesma rua. Disse que lhe sorriste nesse dia. E todos os dias lia a sina a pessoas comuns na esperança de que um dia pudesse ler a tua. E disse que jamais esqueceria a mulher daquele sorriso.
Joana olhou pela janela. Num momento, perdera o corpo e alma para um desconforto feliz que lhe sabia tristemente a amor. Teria morrido? Nunca sentira o pé tão próximo do abismo. Afinal, era isso o amor, um abismo que devora corpo e alma e deixa apenas o vazio de um mundo parado. Lá fora, as mariposas de Verão rodopiavam na janela e ameaçavam invadir-lhe o corpo em defesa do coração. Joana pensou então que, se o seu coração parasse nesse momento, o mundo continuaria a girar com as suas borboletas coloridas. E o mundo seria exactamente o mesmo sem si, inalterável na sua essência. Quem era, afinal, aquele rapaz que parara o seu mundo numa rua perdida de sentidos?
Silenciosamente, procurou no mistério de Indja as suas respostas. O amor é assim, Indja? Que poderes tem esse teu irmão para levar de mim todos os sentidos e os fazer dele? É assim o amor, Indja? Um monstro de curvas suaves que embala a loucura sem a ver? Os olhos passivos de Indja ofereciam apenas um sorriso mudo de sensações. É isso, Indja?
- Podes ver Adil quando quiseres. Despertou e está ainda no hospital. - Disse-lhe essa.
E quando o disse, Indja voltou as costas para se entregar ao mundo lá fora. O mundo de cores e sabores intensos que não pertenceria nunca a Joana. Quando abriu a porta, o mundo da portuguesinha voltou a mover-se, mas agora a estrela central ganhava nome… Adil. Quando tocou o primeiro degrau, Indja disse-lhe ainda:
- Ele disse que lhe sorriste naquele dia. E disse que jamais esqueceria a mulher de tal sorriso. Pois bem, não esqueceu… Há destinos que estão traçados, Joana.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
A Razão de um Sonho

Fiquei amedrontado, imóvel e pálido. Aquelas doces e ao mesmo tempo crespas palavras não me saíam da memória: “A tua vida é consumada por obstáculos e ninguém os consegue derrubar por ti, já que a vida é tua e de mais ninguém”.
A afirmação não queria soltar-se do meu pensamento, repetiu-se vezes sem conta, quando de súbito, um apagão repentino se consumou na minha memória, desmaiei.
Acordei instantes depois, sentia um enorme ardor nos espelhos da minha cara, esfreguei-os, mas o fervor infernal que sentia, aumentava de intensidade há medida que o tempo ia caminhando na sua longa estrada.
Derramei lágrimas, gotas cristalinas e reluzentes juntavam-se e completavam rios que desciam pela meu rosto, até cessarem num raro areal vermelho.
Ao ver tal visão, levantei-me e observei em meu redor o que se estava a suceder. Em frente, via um extenso oceano límpido que parecia não ter um final próximo. Nos restantes lados, a areia avermelhada reinava. Os grãos da fina areia, estendiam-se por longínquos caminhos e mais uma vez, tal como o oceano, não tinha um final há vista.
O astro-rei, expulsava dentro de si os seus raios mais fortes, o calor que se sentia naquele desconhecido lugar era avassalador.
Sentia-me desorientado, o que se estava a passar comigo não era, de todo, normal.
Uma vibração forte, deu-se dentro da minha cabeça, novas palavras invadiram a minha mente e reapareceram de novo momentos depois.
A entoação da voz era, mais uma vez, melodiosa. Quem proferiu “Ao longo da jornada da tua vida, irás sentir-te só, alguns dos caminhos serão percorridos por ti, sozinho, serás tu e a tua obscuridade, mas lembra-te que chegas mais, rapidamente, só, ao topo, do que com falsos aliados” era, sem dúvida, uma figura com experiência de vida e que estava, ali para me ajudar.
Admiravelmente, eu mantive-me calmo e não saí do mesmo sítio. Sentei-me na dócil e quente areia, e permaneci o olhar para o mar, ali estava ele, da mesma maneira que o encontrei.
A minha vista voltou-se a fechar. Nessa altura o relógio que tinha no pulso, oferecido pelo meu pai, marcava umas horas estranhas. Era como se tivesse parado no tempo.
Quando voltei a acordar, um outro sítio acolhia-me. Era um local estranho e escuro, onde apenas se via um pequeno feixe de luz, a apontar para um objecto que eu não conhecia.
Fui caminhando para chegar ao feixe, um arrepio na espinha fez-se sentir em mim, seria medo?
Antes de conseguir alcançar a luz, memórias do passado surgiram num ápice. Memórias já esquecidas pela mente, foram relembradas pelo coração.
Os minutos que se seguiram foram de emoções fortes. Observei e escutei, risos e choros, gargalhadas e suspiros, convívio e solidão… Relembrado o que estava esquecido, o meu objectivo era alcançar o feixe de luz. Consegui-o.
Nesse momento, fiquei estático, uma nova declaração invadiu, de novo, a minha mente. “Por mais que tentes desprezar o passado, ele renascerá no teu coração. Este, fará ver-te que o Passado não deve ser esquecido, com ele aprendemos a corrigir os erros e a melhorar as nossas qualidades para o Futuro”.
De repente, tudo se apagou. Um som ruidoso entrava dentro da minha cabeça. Era o meu provocador despertador.
Quando caí em mim, percebi que tudo tinha sido um sonho. Mas de onde terá vindo aquela voz? Será a mente a querer dar-me algum sinal? Ou será o coração a querer mostrar-me que errei e que o melhor é corrigir os “tropeções” cometidos?
Não sei responder-me, mas as doces palavras ditas por alguém, serão levadas comigo, não na memória, mas sim no coração, onde este as guardará até ao fim da minha vida.
Rui Fernandes
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Amor Índico - Início de uma Compilação Romântica
Decorria o mês de Agosto do ano 2006, na Índia, o calor era abrasador, o único lugar possível para estar mais confortado era em casa.
Via-se pouco movimento nas ruas, estava tudo praticamente recolhido nas suas habitações e quem infelizmente não tinha habitação encontrava-se na sombra de uma árvore ou edifício.
Joana era uma pessoa bastante rica, vivia numa mansão chamada “Lar dos Sacrifícios”, era portuguesa, tinha-se mudado para a Índia com cinco anos e desde então nunca mais regressou a Portugal.
Os seus pais eram donos de um Fábrica de Algodão, que exportava o seu produto para todo o Mundo.
Um dia, Joana decidiu sair de casa e espairecer os pensamentos que vagabundeavam pela sua cabeça. No meio do calor avassalador, ela encontrou um rapaz da sua idade deitado em cima de umas caixas de papelão à sombra de uma palmeira. Pensou para si:
- Deve ser um sem-abrigo, mas tão novo e sozinho, será que o ajudo?
Joana rapidamente se decidiu, ajoelhou-se e sussurrou ao ouvido do jovem que dormia profundamente:
- Acorda, estás bem?
Mas o jovem continuava deitado. Com muita calma, Joana virou-o de abdómen para cima e viu que o jovem tinha sido espancado e estava com uma grande hemorragia na zona do pescoço, só depois reparou que estava inconsciente.
Olhou bem para ele, era sem dúvida a pessoa mais maravilhosa que ela tinha visto. Era perfeito e particularmente lindo.
Pegou no seu telemóvel e ligou para uma ambulância de um hospital próximo, esta que rapidamente chegou.
Joana foi para casa com aquele rapaz no seu pensamento, ficou destroçada quando ele seguiu para o hospital, imaginava que nunca mais o veria. Aquele rapaz estava agora no lugar mais profundo e querido do seu coração.
Seguiram-se dois dias após aquele encontro fortuito, dois dias e Joana continuava triste. Passavam vinte minutos da nove da manhã, e uma jovem de seu nome Indja, toca à campainha do lar de Joana. Era irmã do rapaz que tinha sido transportado para o hospital, queria falar com a pessoa que tinha apelidado a ambulância.
Via-se pouco movimento nas ruas, estava tudo praticamente recolhido nas suas habitações e quem infelizmente não tinha habitação encontrava-se na sombra de uma árvore ou edifício.
Joana era uma pessoa bastante rica, vivia numa mansão chamada “Lar dos Sacrifícios”, era portuguesa, tinha-se mudado para a Índia com cinco anos e desde então nunca mais regressou a Portugal.
Os seus pais eram donos de um Fábrica de Algodão, que exportava o seu produto para todo o Mundo.
Um dia, Joana decidiu sair de casa e espairecer os pensamentos que vagabundeavam pela sua cabeça. No meio do calor avassalador, ela encontrou um rapaz da sua idade deitado em cima de umas caixas de papelão à sombra de uma palmeira. Pensou para si:
- Deve ser um sem-abrigo, mas tão novo e sozinho, será que o ajudo?
Joana rapidamente se decidiu, ajoelhou-se e sussurrou ao ouvido do jovem que dormia profundamente:
- Acorda, estás bem?
Mas o jovem continuava deitado. Com muita calma, Joana virou-o de abdómen para cima e viu que o jovem tinha sido espancado e estava com uma grande hemorragia na zona do pescoço, só depois reparou que estava inconsciente.
Olhou bem para ele, era sem dúvida a pessoa mais maravilhosa que ela tinha visto. Era perfeito e particularmente lindo.
Pegou no seu telemóvel e ligou para uma ambulância de um hospital próximo, esta que rapidamente chegou.
Joana foi para casa com aquele rapaz no seu pensamento, ficou destroçada quando ele seguiu para o hospital, imaginava que nunca mais o veria. Aquele rapaz estava agora no lugar mais profundo e querido do seu coração.
Seguiram-se dois dias após aquele encontro fortuito, dois dias e Joana continuava triste. Passavam vinte minutos da nove da manhã, e uma jovem de seu nome Indja, toca à campainha do lar de Joana. Era irmã do rapaz que tinha sido transportado para o hospital, queria falar com a pessoa que tinha apelidado a ambulância.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Sonho de Acreditar. Historia, mais uma de Rui Fernandes
Decorria o ano de 1914, e a Europa começava uma guerra que duraria quatro anos. Esta guerra que começou na Europa, atingiu todo o mundo tornando-se numa Guerra Mundial, a primeira da História.
Pessoas e pessoas foram destinadas a ir para a frente de combate, e maior parte delas não regressou. Uma guerra sem sentido, era o que a população do Mundo dizia, e em grande parte tinha razão. Não só os militares perderam a vida a lutar pelo seu país, mas também se perderam bebes, crianças, idosos… ao virar de cada esquina, uma pessoa poderia dar de caras com um Homem morto. Era o caos nestes países. Alemanha, França, Inglaterra, Rússia… foram alguns dos países que tiveram muitas perdas humanas e materiais.
Ribéry, um idoso que vivia em França, não queria acreditar que o Mundo estava envolvido numa guerra, por coisas insignificantes. Ribéry, era uma pessoa bastante rica, não só em dinheiro mas também, nos seus conhecimentos em Literatura. Tinha dois filhos, quatro netos e era viúvo. Depois de já ter alguma idade, 81 anos, nunca pensou que a Europa e o Mundo pudessem rebentar com uma guerra.
Tinham passado seis meses, e a guerra não tinha fim à vista. Era dia 24 de Dezembro, noite de consoada. Em casa de Ribéry, a consoada não se realizou, era a primeira vez que naquela casa não se festejava a passagem do dia 24 para 25 de Dezembro. A família de Ribéry decidiu não comemorar esta quadra, já que dois dos netos de Ribéry, tinham morrido a lutar pelo país, e sem eles não fazia sentido festejar o Natal.
A família de Ribéry, vivia em Marne, uma cidade que foi fustigada por alemães no inicio da guerra, e que ficou quase destruída.
Ribéry, embora rico teve de passar muitas dificuldades, já que o seu poço de dinheiro tinha sido destruído pela guerra, a Fábrica de chocolates Granate. Uma fábrica com quase 150 anos tinha sido destruída num breve abrir e fechar de olhos. A sua família passou fome, chegando mesmo a roubar lojas de comida que felizmente ainda não tinham sido destruídas.
Era sem dúvida uma Europa, a afundar-se cada vez mais, os pobres estavam cada vez mais pobres e os muito ricos estavam cada vez mais excêntricos.
Uma noite Ribéry deitado solitariamente na sua cama, pôs-se a pensar se algum dia esta guerra poderia acabar. Depois de muito pensar neste assunto e como ainda não tinha sono, foi ver os filhos e os netos aos respectivos quartos, poderia ser a última vez que ele estava a ver as suas jóias. Viu que os filhos estavam a dormir, e um dos netos também, onde estava o outro neto? Ou melhor, a outra neta? O avô olhou para a janela do quarto da neta e aí viu que a esta de seu nome Curie estava a ver as estrelas… O avô ficou triste ao ver a neta a olhar as estrelas, porque visualizar as estrelas numa altura de guerra era sinal de pouca esperança de que a guerra um dia pudesse acabar.
Ribéry, silenciosamente, entrou no quarto de Curie, passo a passo chegou até ela e as suas mãos suaves tocaram no ombro da neta, esta assustou-se, mas ao ver que era o avô, rapidamente, pôs um sorriso na cara e abraçou-o com muita força e foi neste instante que Curie soltou uma lágrima, depois outra e ainda mais uma. O avô aconchegou-a a si, para ela sentir a sua presença.
Depois deste abraço, que se prolongou por alguns minutos, os dois tiveram uma longa conversa, ao som de bombardeamentos a alguns quilómetros de distância e que começou assim:
- Que tens minha neta? Nunca te vi assim tão triste?
- É a guerra avô, já viste, matou tanta gente nestes seis meses e dois deles foram os meus irmãos, achas que a guerra tem algum sentido? Estou farta de ver esta guerra a matar tantas pessoas e que algumas delas eram tão especiais para mim
- Sabes Curie, por vezes os nossos governantes não pensam no seu povo e prejudicam-no. É o que está a acontecer neste momento, a ânsia de conquistar mais territórios ainda irá matar muita mais gente.
- Mas porque é que tem de ser assim? Eu tento sonhar que um dia esta guerra irá acabar, mas não creio que aconteça.
- Tens de continuar a sonhar, e sabes porquê? Porque não há nenhuma guerra que dure para sempre, e um dia, alguém vai ter de dar o braço a torcer.
- Não consigo acreditar nessas tuas palavras, avô. Quem começou esta guerra não tem sentimentos, só quer é dinheiro, dinheiro e ainda mais dinheiro.
- Mas tens de continuar a sonhar que um dia esta guerra irá acabar, promete-me que continuas a sonhar num futuro de paz. Promete-me!
Depois de um momento de reflexão, Curie respondeu:
- Prometo, avô. Um dia vamos poder brincar juntos sem ter de estar com medo de sermos mortos.
Depois desta promessa, a neta e o avô continuaram numa outra conversa e por alguns momentos Curie esqueceu-se da Grande Guerra.
Os anos passaram, 3 anos e meio depois de a guerra começar, Ribéry morre. Não viu a Europa e o Mundo a fazerem as pazes, mas Curie continuava a sonhar que esta guerra iria terminar, brevemente, já que a promessa que tinha feito com o avô ainda estava de pé.
Foi então que a 11 de Novembro de 1918, a guerra termina. Já poucos acreditavam neste desfecho, mas os que acreditavam como Curie ficaram muito contentes. A primeira coisa que Curie fez, foi ir ao cemitério de Marne, e dizer ao seu avô que tinha razão, “uma guerra não dura para sempre…”. Ficou perto da sua campa durante horas, até que se foi embora para junto da sua família que não tinha sido afectada pela guerra. Um clima de festa e paz pairava agora na Europa e no Mundo, era tempo de aproveitar, porque ninguém sabia se estavam livres de uma Segunda Grande Guerra.
Nota: As histórias apresentadas são de autoria de Rui Fernandes, sem a correcção ortográfica de profissionais. Qualquer erro comuniquem-no por via comentário ou e-mail.
Pessoas e pessoas foram destinadas a ir para a frente de combate, e maior parte delas não regressou. Uma guerra sem sentido, era o que a população do Mundo dizia, e em grande parte tinha razão. Não só os militares perderam a vida a lutar pelo seu país, mas também se perderam bebes, crianças, idosos… ao virar de cada esquina, uma pessoa poderia dar de caras com um Homem morto. Era o caos nestes países. Alemanha, França, Inglaterra, Rússia… foram alguns dos países que tiveram muitas perdas humanas e materiais.
Ribéry, um idoso que vivia em França, não queria acreditar que o Mundo estava envolvido numa guerra, por coisas insignificantes. Ribéry, era uma pessoa bastante rica, não só em dinheiro mas também, nos seus conhecimentos em Literatura. Tinha dois filhos, quatro netos e era viúvo. Depois de já ter alguma idade, 81 anos, nunca pensou que a Europa e o Mundo pudessem rebentar com uma guerra.
Tinham passado seis meses, e a guerra não tinha fim à vista. Era dia 24 de Dezembro, noite de consoada. Em casa de Ribéry, a consoada não se realizou, era a primeira vez que naquela casa não se festejava a passagem do dia 24 para 25 de Dezembro. A família de Ribéry decidiu não comemorar esta quadra, já que dois dos netos de Ribéry, tinham morrido a lutar pelo país, e sem eles não fazia sentido festejar o Natal.
A família de Ribéry, vivia em Marne, uma cidade que foi fustigada por alemães no inicio da guerra, e que ficou quase destruída.
Ribéry, embora rico teve de passar muitas dificuldades, já que o seu poço de dinheiro tinha sido destruído pela guerra, a Fábrica de chocolates Granate. Uma fábrica com quase 150 anos tinha sido destruída num breve abrir e fechar de olhos. A sua família passou fome, chegando mesmo a roubar lojas de comida que felizmente ainda não tinham sido destruídas.
Era sem dúvida uma Europa, a afundar-se cada vez mais, os pobres estavam cada vez mais pobres e os muito ricos estavam cada vez mais excêntricos.
Uma noite Ribéry deitado solitariamente na sua cama, pôs-se a pensar se algum dia esta guerra poderia acabar. Depois de muito pensar neste assunto e como ainda não tinha sono, foi ver os filhos e os netos aos respectivos quartos, poderia ser a última vez que ele estava a ver as suas jóias. Viu que os filhos estavam a dormir, e um dos netos também, onde estava o outro neto? Ou melhor, a outra neta? O avô olhou para a janela do quarto da neta e aí viu que a esta de seu nome Curie estava a ver as estrelas… O avô ficou triste ao ver a neta a olhar as estrelas, porque visualizar as estrelas numa altura de guerra era sinal de pouca esperança de que a guerra um dia pudesse acabar.
Ribéry, silenciosamente, entrou no quarto de Curie, passo a passo chegou até ela e as suas mãos suaves tocaram no ombro da neta, esta assustou-se, mas ao ver que era o avô, rapidamente, pôs um sorriso na cara e abraçou-o com muita força e foi neste instante que Curie soltou uma lágrima, depois outra e ainda mais uma. O avô aconchegou-a a si, para ela sentir a sua presença.
Depois deste abraço, que se prolongou por alguns minutos, os dois tiveram uma longa conversa, ao som de bombardeamentos a alguns quilómetros de distância e que começou assim:
- Que tens minha neta? Nunca te vi assim tão triste?
- É a guerra avô, já viste, matou tanta gente nestes seis meses e dois deles foram os meus irmãos, achas que a guerra tem algum sentido? Estou farta de ver esta guerra a matar tantas pessoas e que algumas delas eram tão especiais para mim
- Sabes Curie, por vezes os nossos governantes não pensam no seu povo e prejudicam-no. É o que está a acontecer neste momento, a ânsia de conquistar mais territórios ainda irá matar muita mais gente.
- Mas porque é que tem de ser assim? Eu tento sonhar que um dia esta guerra irá acabar, mas não creio que aconteça.
- Tens de continuar a sonhar, e sabes porquê? Porque não há nenhuma guerra que dure para sempre, e um dia, alguém vai ter de dar o braço a torcer.
- Não consigo acreditar nessas tuas palavras, avô. Quem começou esta guerra não tem sentimentos, só quer é dinheiro, dinheiro e ainda mais dinheiro.
- Mas tens de continuar a sonhar que um dia esta guerra irá acabar, promete-me que continuas a sonhar num futuro de paz. Promete-me!
Depois de um momento de reflexão, Curie respondeu:
- Prometo, avô. Um dia vamos poder brincar juntos sem ter de estar com medo de sermos mortos.
Depois desta promessa, a neta e o avô continuaram numa outra conversa e por alguns momentos Curie esqueceu-se da Grande Guerra.
Os anos passaram, 3 anos e meio depois de a guerra começar, Ribéry morre. Não viu a Europa e o Mundo a fazerem as pazes, mas Curie continuava a sonhar que esta guerra iria terminar, brevemente, já que a promessa que tinha feito com o avô ainda estava de pé.
Foi então que a 11 de Novembro de 1918, a guerra termina. Já poucos acreditavam neste desfecho, mas os que acreditavam como Curie ficaram muito contentes. A primeira coisa que Curie fez, foi ir ao cemitério de Marne, e dizer ao seu avô que tinha razão, “uma guerra não dura para sempre…”. Ficou perto da sua campa durante horas, até que se foi embora para junto da sua família que não tinha sido afectada pela guerra. Um clima de festa e paz pairava agora na Europa e no Mundo, era tempo de aproveitar, porque ninguém sabia se estavam livres de uma Segunda Grande Guerra.
Nota: As histórias apresentadas são de autoria de Rui Fernandes, sem a correcção ortográfica de profissionais. Qualquer erro comuniquem-no por via comentário ou e-mail.
domingo, 1 de março de 2009
Aprendi...
Aprendi. . . .
Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Eu aprendi… Que posso fazer algo num minuto e ter que responder por isso a vida inteira.
Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua a ter duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortarmos em nosso caminho.
Aprendi… Que vai demorar muito para me tornar na pessoa que eu quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu própria coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlada por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Aprendi que nos momentos difíceis a ajuda veio justamente da pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furiosa, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que os seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que o meu melhor amigo vai-me magoar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não basta ser perdoado pelos outros, eu tenho de me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja a sofrer, o mundo não vai parar por causa disso.
Aprendi que as circunstâncias da minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço em adulta.
Aprendi que quando duas pessoas discutem, não significa que estas se odeiem e quando duas pessoas não discutem não significa que se amem.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me tornam mais respeitável ou mais sábia.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas se vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Não quero lutar contra o mundo, mas se um dia isso acontecer. Quero ter força suficiente para mostrar a ele que o amor existe… Que ele é superior ao ódio e ao rancor e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu falhar, amanhã será um novo dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e objectivos, talvez obtenha êxito e seja completamente feliz.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão… que o amor existe, que vale a pena doar-se às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… E que valeu a pena!!
Aprendi, afinal que é difícil traçar uma linha entre o ser gentil, não ferir as pessoas e saber lutar por aquilo em que acredito.
Há momentos na vida em que nos deveríamos calar e deixar o silêncio falar ao coração, pois há sentimentos que a linguagem não expressa e emoções que as palavras não sabem traduzir.
Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Eu aprendi… Que posso fazer algo num minuto e ter que responder por isso a vida inteira.
Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua a ter duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortarmos em nosso caminho.
Aprendi… Que vai demorar muito para me tornar na pessoa que eu quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu própria coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlada por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Aprendi que nos momentos difíceis a ajuda veio justamente da pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furiosa, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que os seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que o meu melhor amigo vai-me magoar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não basta ser perdoado pelos outros, eu tenho de me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja a sofrer, o mundo não vai parar por causa disso.
Aprendi que as circunstâncias da minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço em adulta.
Aprendi que quando duas pessoas discutem, não significa que estas se odeiem e quando duas pessoas não discutem não significa que se amem.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me tornam mais respeitável ou mais sábia.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas se vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Não quero lutar contra o mundo, mas se um dia isso acontecer. Quero ter força suficiente para mostrar a ele que o amor existe… Que ele é superior ao ódio e ao rancor e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu falhar, amanhã será um novo dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e objectivos, talvez obtenha êxito e seja completamente feliz.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão… que o amor existe, que vale a pena doar-se às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… E que valeu a pena!!
Aprendi, afinal que é difícil traçar uma linha entre o ser gentil, não ferir as pessoas e saber lutar por aquilo em que acredito.
Há momentos na vida em que nos deveríamos calar e deixar o silêncio falar ao coração, pois há sentimentos que a linguagem não expressa e emoções que as palavras não sabem traduzir.
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